Conto 

“O Jovem e o Velho” 

No âmbito do “Dia Mundial do Livro”, os alunos do 9ºA produziram o conto seguinte sob a orientação da professora Adelaide Ferreira. 

Era uma vez um jovem e pobre camponês que vivia numa pequena e pacata aldeia. Chamava-se Gilberto. 

Vivia sozinho numa velha casa de madeira, coberta de colmo. Sua mãe já tinha falecido há muitos anos. O riacho que passava ao lado era o recurso mais precioso para obter água limpa e fresca, diariamente.  

Todos os dias, levantava-se cedo para lavrar a pouca terra que tinha para o seu sustento. Ao fim do dia, Gilberto costumava visitar um Velho que ele considerava ser o pai que nunca tivera. Este contava-lhe as suas infindáveis e misteriosas aventuras que vivera quando tinha a idade do jovem Gilberto. 

Um dia, o Velho, já às portas da morte, resolveu partilhar o seu maior segredo.  

– Meu filho, – sussurrou ele – sinto que estou prestes a partir para um outro mundo. Durante todos estes anos, guardei um segredo e, agora, julgo que encontrei a pessoa certa com quem o partilhar.  

Curioso, mas ao mesmo tempo apreensivo, o jovem, banhado em lágrimas, aproximou-se mais e, nesse instante, ouviu-o dizer: 

– Há muitos e muitos anos, nas profundezas da floresta, lá mais para Norte, um velho sábio descobriu que um feitiço muito poderoso poderia mudar totalmente a vida de uma pessoa para melhor, mas apenas se este fosse bem executado; caso contrário, poria em risco a sua própria vida.  

O jovem camponês, ainda mais curioso, pensava já que o Velho estaria a delirar, mas ele continuou:  

– Este feitiço consiste numa mistura de um cogumelo dourado muito raro que só aí se encontra e uma flor chamada Jade, uma flor de cor lilás, que só nasce junto ao rio. Esta mistura vai abrir um portal que te levará para um mundo paralelo onde encontrarás uma verdadeira fortuna. Contudo, apenas terás escassos minutos para escolheres um objeto. Deverás escolher o mais simples, pois só esse te trará toda a riqueza e a felicidade de que tanto necessitas. Tendo dito isto, fechou os olhos e deu o seu último suspiro. 

Após a morte do Velho, Gilberto decide partir e tentar a sua sorte.  

No caminho encontrou um Mágico que o abordou e lhe pediu um pedaço do seu pão. Gilberto, desconfiado, tirou lentamente o pão do saco e deu-lho. De imediato o Mágico transformou o pedaço num suculento folar. O jovem, faminto devorou-o num abrir e fechar de olhos e perguntou ao Mágico se este o poderia ajudar na sua sorte. Explicou-lhe, então, o que o levava para Norte. 

Depois de alguns dias de uma longa caminhada e de algumas peripécias, os dois amigos encontraram finalmente a floresta. Pareciam dois anões frente à imensidão do local. Esta era densa e muito escura. O Mágico usou dos seus poderes e afastou todas as árvores. De repente, o lugar transformou-se num espaço acolhedor e cheio de luz. Perante tanta luminosidade, Gilberto começou a ver cogumelos dourados à sua volta e caiu inanimado.  

Ao acordar, reparou que estava no interior de uma caverna, com as mãos atadas. Surpreendido, reparou que o Mágico o olhava fixamente. Tinha nas mãos o cogumelo dourado e a flor lilás que Gilberto tanta ansiava encontrar.  

Não foi muito difícil enganar-te, meu amigo, – disse a troçar o Mágico – agora basta-me apenas que tu me digas a fórmula para eu me tornar o homem mais rico e o mais poderoso deste reino, – continuou o malvado. 

– Não terás nada de mim, se não me soltares! – vociferou o jovem.  

De repente, atrás do Mágico, surgiu uma sombra e, quando reparou, este já estava estendido no chão. Imediatamente, um anão desapertou a corda das mãos do Gilberto e disse-lhe que aquele Mágico era afinal o mais perverso dos bruxos, que se fazia amigo dos mais bondosos para conseguir fortuna e acrescentou que outrora fizera amizade com o seu velho amigo já falecido.   

Acreditando no Anão, Gilberto misturou o cogumelo com a flor e de imediato se abriu um portal. De repente, viu-se perante uma enorme fortuna. Tudo cintilava à sua volta. Então o Anão disse-lhe para não se esquecer do tempo que tinha e para escolher o mais simples dos objetos. Quando olhou, o Anão já tinha desaparecido. Então recordou o que o Velho lhe tinha dito e sentiu que aquele Anão era, na verdade, o Velho que o viera salvar. Escolheu apenas um punhal e, num instante, encontrou-se na antiga casa do seu velho amigo, na sua terra. Um cofre cheio de moedas de ouro brilhava com tanta intensidade que Gilberto julgava que estava a sonhar.  

         Desde aquele dia, Gilberto viveu uma vida abastada e, por respeito e admiração, os habitantes aclamaram-no “Conde da Aldeia”.  

         Ajudou os mais desfavorecidos e casou com uma bela camponesa que o amou por ser um jovem bondoso, doce e muito corajoso. E assim viveram felizes para sempre. 

FIM 

   

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